Vale a pena ler!

Nós nos conhecemos no ano de 2002. Eu, pelo meus 11 anos e ela 9 anos. Frequentávamos a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São Justino (e ainda a frequentamos), que fica no bairro de Parada de Lucas, onde se localiza a comunidade onde moramos, sendo a casa dela muito próxima à minha.
Ela havia acabado de receber à Primeira Comunhão e na reunião em que ela ingressou no grupo de Coroinhas foi o nosso primeiro contato. Eu já fazia parte há um tempo do grupo e, por isso, fui designado a ensiná-la os primeiros passos em sua primeira Missa neste serviço, mas acabei chegando somente no final. Posso dizer que este até foi um bom pretexto para, ao tentar me justificar, aproximar-me dela e puxar conversa: daí começou uma amizade.
Aos poucos fomos gostamos um do outro e eu estava crente que seria fácil conquistá-la. Entretanto, quando a chamei para “sair”, cheia de vergonha ela me disse “não”, falou que era muito nova e que somente poderia beijar na boca depois que fizesse 15 anos, devido a uma promessa de família. Depois deste “toco” tentei insistir por um tempo, mas ela manteve sua resposta. Então, eu busquei manter a amizade e fui procurar outras meninas... e achei! Até porque ela mesma servia de cupido para que outras garotas chegassem até mim, mas por outro lado ela não fazia questão de esconder seu sentimento por mim (vai entender?!).
Passaram-se 3 anos, durante este tempo cheguei a ficar com várias garotas e até namorar uma delas. Enquanto isso, ela involuntariamente deixava nítido para todos que era apaixonada por mim, embora não fizesse nenhuma “investida” e ficasse satisfeita apenas em me ver feliz ainda que não fosse junto dela. Participávamos também da equipe de Liturgia e, após o término do meu namoro, minhas irmãs e a Gina, coordenadora da equipe na época (e minha mãe preta), começaram a me incentivar à conquista (se é que precisava ser conquistada). Eu, aproveitando minha solteirice, ainda cheguei a ficar por um tempo com mais uma garota, mas me decepcionei mais uma vez e, decidindo ouvir a voz do meu coração, cheguei até ela (finalmente), minha Monalisa (ou MonaenKarolcolada).
“Não se ofenda,
Com meus amores de antes,
Todos tornaram-se ponte,
Pra que eu chegasse a você.” (Monalisa, Jorge Vercillo)
Eu já a conhecia muito e tinha a percepção que os desentendimentos que estávamos tendo eram frutos dos nossos desencontros. Era hora de dar um ponto final nisto e começar uma nova página: seria bom para nós dois, não era tão complicado quanto parecia. Chegávamos a um ponto que nem eu nem ela conseguíamos disfarçar o sentimento de um pelo outro. E por mais que ela me dissesse “não” outra vez, eu tinha a certeza que não era isso que ela realmente queria dizer, porque não cabia mais em nós sermos somente amigos.
Então, eis que na noite do dia 12 de outubro de 2005, senti que era o momento e marquei com ela na casa da Gina para termos a tão esperada, por mim e por ela, conversa (que eu já tinha prometido há um tempo). Ela aceitou e nos encontramos. Eu lhe relembrei o dia em que me declarei para ela, a promessa dela, os meus sentimentos, decepções e da certeza que agora tinha de que era ela quem eu estava procurando. Ela me olhou e, tremendo feito “vara verde”, confessou que nunca existiu nenhuma promessa, deixando-me transparecer que ela apenas estava com medo do seu primeiro beijo.
Após conversarmos, no silêncio de nossas palavras falou mais alto os nossos corações, que se comunicaram pelo ritmo acelerado, como se soubessem código Morse (é agora!): aproximamo-nos e nos beijamos. Para mim, foi um beijo magnífico como nunca antes havia experimentado. Na escuridão, ela se tornou para mim a Lua. Embora fosse noite, um novo dia raiou para mim, como um dos mais importantes acontecimentos de minha vida.
Estávamos convictos que estávamos namorando desde daquele 12 de outubro, que havia um compromisso, ainda que às escondidas, pois o pai dela não sabia. Então, eu fui chegando de mansinho, muito bem suportado pela mãe e toda família dela, que, em coro, pedia-o para consentir. Houve um momento que ele não tinha mais o que fazer... Afinal eu já estava inserido e então, para a família, oficializamos nosso namoro: foi uma imensa alegria a primeira vez que andamos de mãos dadas!
Crescemos e amadurecemos juntos, evoluindo nos estudos e já fazendo planos profissionais, e passamos por algumas crises, como todo casal de namorados, mas conseguimos superá-las. Entretanto, chegando o ano de 2011, passamos por mais uma crise e desta vez, chegamos a romper, ficando 3 meses separados, mas mantínhamos contato frequentemente. Graças a Deus, passado este tempo, reatamos e voltamos, o que jamais foi um retrocesso mais um sólido passo avante para chegarmos mais decididos para este momento, principalmente na parte que me toca – afinal, homem demora para assimilar a ideia do casamento, já a mulher, por exemplo, ela, já sonhava com o casamento desde o nosso primeiro beijo (vai entender?!).
Então, decidimos marcar um jantar no fim da noite do dia 11 para o dia 12 de outubro de 2013, mesmo dia em que fazíamos 8 anos de namoro, entre nossas famílias e amigos mais próximos para que eu pudesse pedir a mão dela em casamento e, então, noivarmos. Eu, querendo surpreendê-la fiz o pedido através de uma singela canção (veja pelo link O pedido). Ela aceitou e muito felizes oramos e ceiamos todos juntos, dando graças a Deus. Na manhã deste dia, ao final da celebração da Santa Missa, que é solenemente dedicada à Nossa Senhora e Mãe Aparecida, foi proferida a nós pelo padre Wesdras diante da Igreja a bênção para vivermos com fruto o tempo do Noivado. Hoje, nós percebemos o quão foi necessário esta graça para que pudéssemos voltar cada vez mais o nosso olhar para o Senhor na medida em que alinhávamos os nossos sentidos para caminharmos na mesma direção, preparando-nos adequadamente para amadurecer em Deus o propósito de nosso enlace matrimonial.
No mês de março deste ano demos mais um passo em direção ao Santo Altar: com louvor ingressamos e concluímos o curso da Escola de Preparação para a Vida Matrimonial na Paróquia Santo Antônio (Brás de Pina), e assim, formados pela Madre Igreja, fortalecemos mais ainda nossa convicção para a vivência vivaz do amor cristão através da vocação ao Matrimônio.
Portanto, é com o coração repleto da Alegria e movido pelo Espírito Santo do Deus de Amor, que nos amou primeiro, que marcamos em nossa história a data de 03 de outubro de 2015 (quase dez anos juntos!) para nos apresentarmos diante do Santo Altar, na Igreja Nossa Senhora Apresentação, como a derradeira etapa para unir de uma vez por todas as nossas vidas através do sacramento do Matrimônio, como obra da redenção à luz do Cristo, que extirpará nossas individualidades para renascermos como uma só carne na comunhão de duas pessoas, para suportar-nos um ao outro até o dia em que juntos nos apresentarmos novamente diante d’Ele.