Como tudo começou...

 

Durante a viajem de evangelização itinerante para o centro oeste em janeiro de 2008, nos momentos de descanso dentro do ônibus, aconteceu um “leilão feminino”...

- Te dou minha sandália vermelha se você me der sua blusa azul...

- Troco o meu esmalte lilás no seu batom rosa...

E assim foi até acabarem as mercadorias.

Nesse momento, minha querida companheira de viajem: Rebeca, solta:

- Vou leiloar meu irmão! É isso mesmo meninas!

Após risadas ela continua:

- Ele é lindo, estudioso, trabalhador e é um servo! É romântico, do tipo que manda flores, abre a porta do carro... Enfim, quem arrematá-lo não se arrependerá!!!

Neste momento todas as meninas solteiras ficaram agitadas, querendo trocar por coisas que a Rebeca não se interessava... Ela rebatia dizendo que o irmão dela valia muito mais que o que elas ofereciam...

Eu fiquei super interessada, apesar de não conhecê-lo, pois, não é todo dia que a gente encontra pessoas com essas qualidades...

Então parei e pensei: do que a Rebeca gosta? O que eu tenho para oferecer em troca?

Huuummm..... Já sei!!! A Saralee*!!!

*Saralee é nome das tartarugas de um conjunto de colar e brincos que eu havia feito e levado para usar na itinerante. No 1º dia da viajem a Rebeca se apaixonou pelo conjunto e queria pra ela, porém eu apenas emprestei para que ela usasse-o durante a itinerante.

Respirei fundo, criei coragem e falei:

- Rebeca: te dou a Saralee em troca do seu irmão...

Depois de um longo silencio, ela concorda e todos começaram a rir...

Ao fecharmos a proposta, com um aperto de mão eu repito:

- Te dou a Saralee em troca do seu irmão... De conhecê-lo e começar a namorar com ele, ok?!

A Rebeca riu demais, concordou e no aperto de mão diz: -Fechado!

Todos riam da situação que acabou se concretizando um mês depois, na evangelização no Poliesportivo de Betim, no dia 17 de Fevereiro de 2008.

Ao chegar no local do evento, fui recebida por um lindo rapaz de terno e educado, que se ofereceu para levar a caixa do meu contrabaixo, o contrabaixo, a pasta e ainda perguntou se queria que levasse mais alguma coisa...

Ofereceu-me água, pois estava fazendo muito calor e ainda me deu um Laka...

Fiquei bastante surpresa com a situação, mas não fazia nem ideia de quem era o rapaz e nem me lembrava da história do leilão.

Ao final do evento, percebi que este rapaz passava por mim e piscava pra mim... Eu com vergonha pensei: estou vendo demais!

Porém a cena se repetia, e quando olhei pra Rebeca, ela estava rindo... Achei estranho e nem imaginei que quem piscava pra mim era a “mercadoria do leilão”...

Quando “já não suportava mais ele piscar pra mim quando passava” (tava amando aquilo... rsrs), criei coragem e o chamei:

- Ei, você, venha aqui, por favor!

Ele todo cordial chegou perto de mim e disse: - Pois não?!

- Qual é o seu nome?

- Lucas; e o seu é Flávia não é?!

- Sim.

Nesta hora criei coragem e perguntei: - Lucas é impressão minha ou você está piscando pra mim?!

- Ele sorriu e disse, sim! Estou piscando pra você!

Super sem graça com a resposta, levei na brincadeira e disse que se ele continuasse a piscar pra mim, ele ia acabar me conquistando...

Neste momento ele arrastou a cadeira, assentou-se em minha frente, começou a piscar pra mim e disse: porque você não me disse antes???

Começamos a conversar até que minha adorável cunhada Rebeca chega perto e diz: - Flávia, esse é o meu irmão, que você arrematou no leilão... Após mais gargalhadas (e eu roxa de vergonha), fomos apresentados formalmente. Trocamos telefone e e-mail e nos despedimos.

Fui pra casa com a cabeça nas nuvens... Pensando se daria ou não certo...

Na segunda feira, às 07:00hs recebi a primeira mensagem dele. Eu a respondi às 07:01hs... RS.

Conversamos muito por e-mail na 2ª, 3ª, 4ª e marcamos de nos encontrar pessoalmente na 5ª.

5ª feira, 12:00hs, praça de alimentação do Itaú Power Shopping. Lotada!

Eis que vem em minha direção novamente o lindo rapaz, sorridente...

Cumprimentamos-nos e começamos a conversar... E com menos de 10 minutos de conversa, ele me pergunta o nome completo. Achei estranho, mas falei.

Na mesma hora ele se ajoelhou e disse: - Flávia Christina Fiche Alvim, você aceita namorar comigo?

Meu coração batia, pipocava, dava cambalhota... Respondi: claro que sim!

Abraçamos-nos e combinamos dele ir no domingo após o Maanaim, pedir minha mão aos meus pais.

No domingo às 16:00hs, ele chega em minha casa, lindo e sorridente como sempre e diz aos meus pais:

-Estou aqui para pedir a permissão para namorar a filha de vocês, para fazê-la feliz pelo resto da vida!

Permissão concedida!

Com muita alegria fui até o meu quarto, embrulhei a Saralee de presente e disse:

- Entrega a sua irmã pra mim...

Após muitas gargalhadas ele foi embora, e minutos depois recebo uma ligação: era Rebeca agradecendo a Saralee... e eu agradecendo-a pela maravilhosa troca realizada!